8 supostas revelações do escândalo da
Petrobras:
São Paulo - Depoimentos do doleiro Alberto Youssef e do
ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, dados nesta quarta-feira à
Justiça Federal vazaram na tarde de hoje. Os jornais O Estado de São Paulo e
Folha de São Paulo tiveram acesso à gravação dos depoimentos que fazem parte do
acordo de delação premiada.
Youssef e Costa são investigados por envolvimento em esquema
de pagamento de propina na Petrobras estimado em 10 bilhões de reais. O esquema
foi descoberto pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato deflagrada em março
deste ano.
1) Lula teria sido "obrigado" a nomear Paulo
Roberto Costa como diretor da Petrobras, Segundo o depoimento do doleiro
Alberto Youssef obtido pelo Estadão, os políticos envolvidos com Paulo Roberto
Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, teriam pressionado o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a nomeá-lo para o cargo.
Para isso, eles teriam trancado a pauta do Congresso por 90
dias, de acordo com o jornal. O ex-presidente cedeu e nomeou Costa.
2) PT ficaria com 3% dos contratos da Petrobras. O ex-diretor
de abastecimento da Petrobras teria afirmado que o PT ficava com 3% do valor
dos contratos das diretorias de produção, gás e energia, além da área de
serviços, de acordo com o jornal.
Segundo a Folha, Costa teria dito que o PT recebia 2% dos 3%
cobrados sobre o valor das obras de maior tamanho. Outro 1% era destinado ao
PP, partido que o indicou para o cargo na estatal.
3) Tesoureiro do PT seria responsável por entregar as
propinas no partido, João Vaccari, tesoureiro do PT, teria sido apontado por
Costa como o responsável por distribuir a propina no partido, segundo a
publicação.
4) 13 empreiteiras teriam participado do esquemas, Youssef
teria listado 13 construtoras que participariam de um "cartel"
formado para fraudar as licitações da Petrobras e pagar propina a políticos do
PT, PMDB e PP.
Seriam elas: Camargo Corrêa, OAS, UTC, Odebrecht, Queiroz
Galvão, Toyo Setal, Galvão Engenharia, Andrade Gutierrez, Mendes Júnior,
Engevix, Tomé Engenharia, Jaraguá Equipamentos e Engesa. Todas negam o
envolvimento.
Segundo ele, todas pagariam 1% de propina nos contratos
feitos com a diretoria de Abastecimento. Nos termos aditivos de contratos, a
taxa variaria entre 2% e 5%.
Costa também teria apontado os nomes dos executivos das
empreiteiras que teriam participado dos esquemas na Petrobras. Segundo ele, o
dinheiro iria das empresas direto para os agentes políticos.
5) PT, PMDB e PP recebiam propinas. Costa também teria
afirmado que a propina era repassada ao PMDB já que a diretoria internacional
da estatal era indicada pelo partido.
Segundo o depoimento, Fernando Soares era quem fazia a articulação.
6) Todas as diretorias participariam do esquema, Paulo
Roberto Costa teria revelado que outras diretorias da estatal também tinham
esquema com as empreiteiras. Segundo a Folha, Costa afirmou que nas diretorias
com indicações do PT — que segundo ele seriam as de Exploração e Produção, Gás
e Energia e a de Serviços— os 3% eram repassados para o partido.
7) Como funcionava a distribuição:
Segundo Youssef, 1% de todos os contratos da diretoria de
Abastecimento era distribuído em propina: 30% para Paulo Roberto Costa, 60%
para políticos, 5% para o doleiro e 5% para João Claudio Genu (ex-assessor do
PP).
8) Transpetro também estaria envolvida:
A Transpetro,
subsidiária da Petrobras, também teria pagado propina a Paulo Roberto Costa.
Segundo ele, o presidente da estatal, Sérgio Machado, teria dado a ele 500 mil
reais em dinheiro vivo.
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