quinta-feira, 4 de julho de 2013

Fique atento sobre os passos da Telexfree. O começo do fim da Telexfree: 'Se liminar cair, não haverá um centavo para devolver a divulgadores', diz promotora ao iG.

Ministério Público pede fim da Telexfree; sócios tentam desviar R$ 101 milhões

              
Assim que os pagamentos aos divulgadores da Telexfree foram bloqueados pela Justiça do Acre , os responsáveis pela empresa tentaram desviar R$101 milhões.
Caso isso tivesse acontecido, esse dinheiro provavelmente não estaria disponível para ressarcir quem entrou no negócio até hoje – entre 450 mil e 600 mil pessoas, estima-se.
A devolução é um dos objetivos da ação civil pública apresentada pelo MP-AC na última sexta-feira (28) ao Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC). O bloqueio temporário, obtido por liminar, também havia sido pedido pelo órgão como forma de evitar os vazamentos.
“Quando a juíza determinou o bloqueio dos recursos, 24 horas depois eles [ responsáveis pela empresa ] conseguiram entrar numa conta e desviar R$ 40 milhões para uma outra conta que não era da Telexfree. Outros R$ 48 milhões foram para outra conta”, diz ao iG a promotora Alessandra Marques, uma das responsáveis pelo inquérito em que a empresa é acusada de ser uma das maiores pirâmides financeiras do País. As verbas foram recuperadas.
De acordo com um pedido feito à Justiça do Acre pelo próprio MP, entretanto, o valor é ainda maior: as transferências tentadas somavam R$ 51,7 milhões e R$ R 50 milhões, segundo uma decisão publicada no dia 26 de junho no Diário de Justiça do Acre. Ao todo, os promotores pediram o bloqueio de R$ 6 bilhões.
A ação civil pública foi proposta na sexta-feira pelos promotores Nicole Arnoldi, Marco Aurélio Ribeiro e Danilo Lovisaro.
A Telexfree sempre negou qualquer irregularidade . Procurada por meio de seu advogado Horst Fuchs, a Telexfree não comentou a ação civil pública até o momento. Questionado em 25 de junho sobre eventual descumprimento do bloqueio de bens, Fuchs refutou a informação.
Novo julgamento
Na próxima segunda-feira (8), a 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) analisa o segundo recurso da empresa contra a decisão. O primeiro foi negado no dia 24 de junho pelo desembargador Samoel Evangelista .
A segurança para os consumidores investidores é que o dinheiro permaneça tutelado pelo Judiciário
“Se cair a nossa liminar, aí só [ haverá novo bloqueio ] depois do julgamento do mérito da ação, quando não vai ter mais nenhum centavo. Em 24 horas, eles desviaram quase R$ 100 milhões” afirma Alessandra. “ A segurança para os consumidores investidores é que o dinheiro permaneça tutelado pelo Judiciário.”
O Tribunal tem sido pressionado a derrubar a liminar: a juíza Thaís Khalil, que a concedeu, foi ameaçada de morte , e divulgadores – que ficaram sem os pagamentos – têm feito protestos em várias capitais . O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que não tem o poder de alterar decisões sem que haja provas de irregularidade na conduta do magistrado, recebeu mais de 18 mil mensagens em favor da Telexfree .
Na última terça-feira (2), a sessão da Assembleia Legislativa do Acre foi interrompida para a recebimento de um grupo de divulgadores da Telexfree. O deputado Helder Paiva (PR) propôs que uma comissão de parlamentares seja recebida pelo Tribunal de Justiça com “urgência”.
“Talvez alguém não esteja compreendendo quando eu disse peça [ para a comissão ser recebida ] porque nós não podemos mandar [ na Justiça, mas ] os que são juristas compreendem”, disse o deputado Paiva, em vídeo disponibilizado pela TV da Assembleia. “E eu tenho certeza que esse pleito será atendido e que, daqui a alguns dias eu e tantos outros estaremos fazendo parte desse projeto [ Telexfree ].”
Extinção da empresa
Na ação civil pública, a promotora Alessandra também pede uma multa de R$ 7 milhões à Ympactus Comercial LTDA, razão social da Telexfree, por “prejuízo causado ao sentimento de confiança” da população nas empresas. O dinheiro deverá ser revertido para o Fundo Estadual de Diretos Difusos.
Além disso, Alessandra pretende propor a extinção da empresa, medida, segundo ela, que busca permitir a utilização dos bens dos sócios para ressarcir os divulgadores, caso as verbas em nome da própria Telexfre não sejam suficientes. A promotora acredita que não serão.
“O interessante é buscar o patrimônio deles porque sabemos da dificuldade de ressarcir todos que investiram”, afirma.
Caso o pedido de devolução seja aceito, diz a promotora, os consumidores que tiverem como provar o investimento de dinheiro no esquema poderão exigir o ressarcimento em suas próprias cidades. Para isso, deverão ingressar na Justiça com ações de execução baseadas na decisão dada no processo do Acre.
 
Fique atento a essa informação: os consumidores que tiverem como provar o investimento de dinheiro no esquema poderão exigir o ressarcimento em suas próprias cidades. Para isso, deverão ingressar na Justiça com ações de execução baseadas na decisão dada no processo do Acre.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Vamos respeitar e traduzir o sentimento das ruas e dar mais um passo efetivo para coibir a falta de respeito com a maioria, com os cargos e com o dinheiro público, foi com esse sentimento que o Senado aprovou nesta terça-feira (2) a exigência de ficha limpa para o ingresso no serviço público, seja em emprego, cargo efetivo ou cargo comissionado. A medida valerá para os poderes Executivo, Judiciário e Legislativo e nas esferas federal, estadual e municipal.

Senado aprova exigência de ficha limpa para todos os servidores públicos



O Senado aprovou nesta terça-feira (2) a exigência de ficha limpa para o ingresso no serviço público, seja em emprego, cargo efetivo ou cargo comissionado. A medida valerá para os poderes Executivo, Judiciário e Legislativo e nas esferas federal, estadual e municipal. A matéria, que faz parte da pauta elaborada pela Casa para atender às reivindicações dos recentes protestos populares, segue agora para análise da Câmara dos Deputados.
- Somente com medidas dessa natureza poderemos resgatar a eficiência, a moralidade, a transparência, a responsabilidade e a impessoalidade na administração de bens, valores, serviços e recursos adquiridos com o suado dinheiro dos contribuintes brasileiros. Ninguém suporta mais assistir a frequentes e degradantes espetáculos de enriquecimento ilícito e de lesão ao erário público. Vamos respeitar e traduzir o sentimento das ruas e dar mais um passo efetivo para coibir a falta de respeito com a maioria, com os cargos e com o dinheiro público - afirmou Eunício, ao defender a proposta em Plenário.
Com a medida, ficam impedidos de assumir cargos públicos aqueles que estão em situação de inelegibilidade em razão de condenação ou punição de qualquer natureza, na forma da Lei da Ficha Limpa, como crimes contra a administração pública, crimes eleitorais e crimes hediondos. O prazo dessa inelegibilidade é de oito anos.
Para o autor da PEC original, senador Pedro Taques, o servidor público precisa ter uma vida passada sem qualquer nódoa. Em sua avaliação, não é “razoável” o cidadão, devido à Lei da Ficha Limpa, ser impedido de se candidatar a vereador do menor município do país, mas poder assumir, por exemplo, a presidência do Banco Central, o Ministério da Fazenda ou uma secretaria de estado.
Crimes dolosos
Durante a votação em segundo turno, no entanto, os senadores retiraram do texto trecho que impedia a nomeação em cargos públicos de condenados por crime doloso, com decisão transitada em julgado ou por sentença proferida por órgão judicial colegiado. A supressão foi sugerida por Pedro Taques, que criticou a ampliação da exigência de Ficha Limpa para todos os servidores da administração pública e não apenas para aqueles que ocupam função comissionada – e que, por isso, possuem poder de decisão e acesso aos recursos públicos.
O senador argumentou que, ao estender a proibição a todos os servidores efetivos, o Senado estaria determinando a “morte civil” de inúmeros cidadãos, condenados por crimes menores, que já não têm chance de trabalho na iniciativa privada e que, no serviço público, exerceriam apenas serviços administrativos.
A solução foi retirar a vedação a pessoas condenadas por crimes dolosos em geral e deixar somente os critérios previstos na Lei da Ficha Limpa. A retirada teve apoio de senadores como Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Lúcia Vânia (PSDB-GO). A senadora deu como exemplo um ex-presidiário, com condenação transitada em julgado, que seria impedido de recomeçar a vida prestando um concurso público.

terça-feira, 2 de julho de 2013

O líder do Democratas no Senado, José Agripino, recebeu na manhã desta terça-feira (2) em seu gabinete, em Brasília, o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

 
OAB discute reforma política com senador José Agripino

O líder do Democratas no Senado, José Agripino, recebeu na manhã desta terça-feira (2) em seu gabinete, em Brasília, o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinícius Furtado, e diretores da instituição. A primeira agenda da OAB com os partidos políticos no Congresso foi no gabinete do senador potiguar. Na pauta do encontro, o andamento da reforma política. Agripino garantiu que seu partido estabelecerá diálogo contínuo com a Ordem dos Advogados do Brasil a respeito do tema. “O Democratas pactuou com a OAB um entendimento permanente em torno da reforma”, ressaltou o senador. Também participaram da reunião o líder do Democratas na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), e o senador Jayme Campos (MT).
 
 
 
 
 
 
 
 

PF faz operação contra grupo acusado de desviar verbas em mais de 100 cidades. A Corrupção é danosa a toda sociedade, mais o que mais entristece é conviver com Corruptos dia a dia e não poder fazer nada, pois a Justiça é lenta e de difícil acesso a maioria da população, tendo em vista a produção de provas e as ameaças que elas sofrem por parte dos corruptos.


Grupo é suspeito de fraudar licitações destinadas à aquisição de precatórios judiciais em 11 Estados

A Polícia Federal (PF) realiza na manhã desta terça-feira (02) uma operação com o objetivo de desarticular uma organização criminosa acusada de desviar recursos públicos de mais 100 cidades dos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Pará, Sergipe, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba, Maranhão e Bahia, por meio de fraudes em processos licitatórios destinados à aquisição de precatórios judiciais.
Cerca de 100 policiais estão dando cumprimento simultâneo a 53 mandados judiciais: 20 mandados de busca e apreensão, 21 mandados de sequestro de valores, bens móveis e imóveis, 03 mandados de condução coercitiva e 09 mandados de prisão temporária.
Segundo a PF, a quadrilha, formada por empresas, pessoas físicas, servidores públicos e ex-prefeitos, fraudava processos licitatórios, direcionando as contratações a uma das empresas integrantes da organização criminosa. Essa empresa vencia as licitações com o compromisso de fazer a compensação entre precatórios judiciais e as dívidas das prefeituras, sob o argumento de uma economia de até 30% sobre os valores devidos ao INSS, prática proibida expressamente pela lei.
Os municípios mineiros que, até o momento, sofreram com a ação do grupo criminoso foram: Águas Vermelhas/MG, Capelinha/MG, Caratinga/MG, Ipatinga/MG, Itambacuri/MG, Janaúba/MG, Montes Claros/MG, Pirapora/MG, Rio Pardo de Minas/MG, Várzea da Palma/MG, Varzelândia/MG, além do CISRUN – Consórcio intermunicipal de Saúde da Rede de Urgência do Norte de Minas. Somente em Minas Gerais foram desviados mais de R$ 70 milhões de.
A lista com os nomes de outros municípios que surgiram durante as investigações, bem como as provas colhidas serão compartilhadas com a Receita Federal, Controladoria-Geral da União, Tribunal de Contas da União, Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Tribunais de Contas dos estados lesados, Receitas Estaduais, Polícias Civis e Ministério Público Federal, a fim de subsidiar os eventuais procedimentos administrativos, inquéritos e investigações desses órgãos, com a finalidade de se promover a recuperação do dinheiro público desviado.
Os presos responderão por crimes contra a administração pública, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, fraude às licitações, corrupção ativa e passiva, dentre outros.
Os trabalhos contam com a participação do Ministério Público de Minas Gerais e da Receita Federal do Brasil. A atuação da organização criminosa, pela complexidade, será julgada tanto pela Justiça Federal, quanto pela Justiça Estadual.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Além de Telexfree, 7 empresas são investigadas por suspeita de pirâmide.

Levantamento é de associação de promotores; diretor do ministério da Justiça fala em 'febre'

 
Divulgação/Ministério da Justiça
Amaury Oliva (esquerda), do Ministério da Justiça: 'parceiros estão investigando outros casos'
A informação é de Murilo de Moraes e Miranda, presidente da Associação do Ministério Público do Consumidor (MPCON). O promotor não quis conceder entrevista nem adiantar o nome das investigadas. Os dados foram passados à reportagem reportagem pela assessoria do Ministério Público de Goiás MP-GO, onde Miranda atua.
As sete empresas são alvo de algum tipo de processo investigativo – como inquéritos civis e procedimentos administrativos – por iniciado por ministérios públicos estaduais, Ministério Público Federal ou polícias civis e federal. A lista pode aumentar pois todos os negócios com características semelhantes serão alvo de atenção.
O diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) do Ministério da Justiça, Amaury Martins de Oliva, fala em uma “febre” de modelos de negócios com indícios de pirâmide financeira.
Até hoje, o órgão só abriu processo administrativo para investigar a conduta da Telexfree . Mas, segundo Oliva, questionamentos sobre outras empresas já chegaram ao Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (Senacon), que reúne os Procons e promotorias do consumidor de todo o País.
“A gente conversa com parceiros e há parceiros investigando outros casos. Parece que virou um pouco uma febre, não é? Surgiram várias empresas com indícios de prática de pirâmide”, diz o diretor ao iG . “Temos quatro reuniões [ do Senacon ] por ano e esse [ pirâmides ] é um motivo de preocupação justamente pelo risco que causa ao consumidor, que entra de boa fé mas corre o risco de perder todo o valor [ investido ].”
A preocupação vai além do Ministério da Justiça. No último dia 20, a Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) divulgou uma nota técnica sobre pirâmides e outros golpes financeiros.
Pirâmide  versus  marketing multinível
O DPDC também elabora um documento para ajudar os órgãos que atuam na defesa do consumidor a identificar esse tipo de crime. O objetivo é evitar que a população entre nesses esquemas pois, embora a lei proteja quem aderiu de boa fé, pode ser difícil reaver as verbas investidas num esquema fraudulento.
“A grande preocupação é antecipar-se ao momento em que a pirâmide quebra, porque daí o dano já está causado, milhares de consumidores já tiveram prejuízo e é difícil ter ação para proteger esses consumidores. Então essa é uma ação preventiva”, diz Oliva.
Há parceiros investigando outros casos. Parece que virou um pouco uma febre"
Uma das preocupações da orientação será tornar clara a diferença entre pirâmides financeiras, ilegais, e redes de marketing multinível (MMN), um modelo legal de varejo em que os comerciantes ganham bônus por vendas realizadas por outros comerciantes que atraem para o negócio.
Uma diferença fundamental entre as duas práticas é que, enquanto no MMN a maior parte do faturamento vem da venda de produtos ou serviços, as pirâmides são sustentadas pelas taxas de adesão pagas por quem entra no sistema. Assim, seria necessário uma população infinita para que o negócio fosse continuamente viável e lucrativo.
'Regulamentação é suficiente'
A Telexfree, por exemplo, afirma vender pacotes de telefonia por internet via MNN. Mas, para o Ministério Público do Acre (MP-AC) e para a Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae), a empresa na verdade depende sobretudo dos pagamentos efetuados pelos novos divulgadores para entrar no sistema.
"Antes de ser de marketing multinível, uma empresa tem de ser de venda direta. E, para ser de venda direta, o ganho tem de ser focado nos produtos comercializados", diz a diretora-executiva da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD), Roberta Kuruzu
Depois da decisão que suspendeu os pagamentos e a entrada de novos divulgadores na Telexfree, as consultas à ABEVD sobre outras empresas semelhantes aumentaram. A Telexfree não é filiada à associação.
"Temos acompanhado inúmeras consultas que a gente recebe de consumidores que estão sendo prospectados [ para entrar nas redes ]", diz Roberta.
A lei normalmente utilizada pela Justiça para criminalizar as pirâmides financeiras é de 1951. Não há uma legislação federal específica sobre marketing multinível. Segundo Oliva, diretor do DPDC, não há expectativa de criação de novas regras para o setor.
“De nossa parte não temos trabalhado em nenhuma medida regulatória. Acho que esses conceitos [ marketing multinível ] são bem definidos, bem distintos [ da pirâmide ]”, diz.
Para Roberta, da ABEVD, as regras atuais são suficientes.
"Temos o nosso código de ética que regulamenta as relações das empresas com os revendedores e dos revendedores com os consumidores", afirma a diretora-executiva. "[ Marketing multinível ] é venda de produtos ou serviços por meio de profissionais autônomos, e não a simples prospecção de pessoas que pagam a taxa de adesão com valores exorbitantes."

Veja tudo que saiu no Fantástico sobre a Telexfree e as explicações sobre pirâmide financeira.


A empresa já estava com suas atividades suspensas por determinação da Justiça do Acre. Mas os diretores da companhia dizem que vão provar que trabalham dentro da lei.


Nesta semana, o Ministério da Justiçadeterminou uma investigação sobre a empresa TelexFree. Motivo: ter encontrado indícios de que ela promove uma pirâmide financeira, o que é proibido no Brasil.
A TelexFree já estava com suas atividades suspensas por determinação da Justiça do Acre. Mas os diretores da companhia dizem que vão provar que trabalham dentro da lei.
Estima-se que quase um milhão de pessoas em todo o Brasil se associaram à TelexFree. Tinha gente ganhando muito dinheiro. Mas desde o último dia 13, a empresa está impedida de operar pela Justiça do Acre.
“Eu decidi que seria absolutamente necessário e urgente paralisar o crescimento dessa rede, porque ela tem aparência de ilicitude. Ao final da ação e realmente ficando caracterizada a existência da pirâmide, utilizar esses recursos para repor eventuais prejuízos”, explica Thaís Khalil, juíza da 2ª Vara Cível - AC.
A Justiça do Acre investiga se a TelexFree cometeu crime contra a economia popular, estelionato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. E mais: na sexta-feira (28), o Ministério da Justiça anunciou a abertura de procedimento administrativo contra a TelexFree.
“Nós recebemos, no começo do ano, denúncia de diversos órgãos do sistema de defesa do consumidor, entre eles do Ministério Público e do Procon do Acre”, afirma Amaury Oliva, do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça.
Além do Acre, as atividades da TelexFree estão sendo investigadas em mais seis estados.
“Diversos Procons, desde o começo do ano, vêm questionando o Ministério Público, vêm questionando o Ministério da Justiça para verificar a legalidade”, diz Ivo Vinícius Firmo, gerente de fiscalização do Procon-MT.
“Há sérios indícios de violação das normas de defesa do Código de Defesa do Consumidor”, avalia Amaury Oliva.
A TelexFree vende um programa de computador que permite ligações nacionais e internacionais para mais de 40 países. O valor do plano é tabelado em dólar: US$ 49,90, pouco mais de R$ 111 por mês, para três mil minutos de ligação.
Esse programa é semelhante a muitos outros que permitem fazer ligações telefônicas pela internet.  Alguns desses programas podem ser baixados de graça e o usuário paga as ligações em um sistema pré-pago.
Além disso, a empresa oferece dinheiro para quem quiser anunciar ou revender o programa na internet. Nesse caso, é preciso pagar taxas de adesão, a mais barata custa o equivalente a quase R$ 600.
O interessado tem duas opções: ele pode apenas publicar anúncios da TelexFree na internet e ganhar uma comissão por isso, ou pode ganhar mais, recrutando outras pessoas também dispostas a divulgar e revender o produto.
Dessa forma, ele está criando o que se chama de rede. O Ministério da Justiça investiga se esse mecanismo é o esquema conhecido como pirâmide financeira, que é contra a lei.
“Uma pirâmide ocorre quando a remuneração das pessoas que estão no topo depende da entrada de novos investidores, novos consumidores. Chega um momento em que a pirâmide não é mais sustentável. Há indícios de que a promessa de ganhos, lucros, depende da entrada de novos consumidores”, explica Amaury Oliva.
“É a estrutura do negócio. Ela está montada como uma pirâmide financeira”, afirma Nicole Gonzales Arnoldi, promotora de Justiça - AC.
“Dá para dizer que o esquema de incentivos existentes na TelexFree é um esquema de pirâmide. Eles vendem produtos para participantes dentro do próprio esquema, então, isso faz com que quanto mais pessoas participem, maior seja a remuneração dos envolvidos”, avalia Fernando Gauldi, professora da Fucape Business School.
“A maior rentabilidade está em exatamente fazer com que outras pessoas ingressem nessa empresa, nessa pirâmide, injetando dinheiro e cada vez que uma pessoa entra e injeta dinheiro, vai gerando lucro para os que já estão. Por isso é uma pirâmide financeira”, afirma Fernanda Pawelec, promotora de Justiça - MT.
“Vai chegar um momento em que todos esses participantes vão precisar de novos entrantes pra serem remunerados e aí não vão encontrar pessoas suficientes dispostas a fazer esses investimentos”, diz Gauldi.
Segundo o professor, é nesse momento que a pirâmide quebra: “Não há como manter a remuneração de todos os participantes da pirâmide porque, em um determinado momento, vai precisar de mais pessoas do que existe no país, em uma cidade ou até mesmo no mundo”, afirma.
O diretor da empresa nega que a TelexFree seja uma pirâmide. “Uma pirâmide financeira é só dinheiro por dinheiro. É só adesão, não tem produto, não envolve serviço, não envolve nada. Só ganha dinheiro na nossa companhia aquela pessoa que comercializa os nossos produtos”, garante Carlos Costa.
O baiano Joab Santos vem formando redes e ganhando muito bem para isso: “A cada nova pessoa que agrega à sua rede, você vai ganhar uma comissão, sendo que você a convidou diretamente. Eu hoje estou com um resultado de R$ 2,2 milhões dentro desse projeto, em oito meses de trabalho, na verdade. Na minha conta bancária, até ontem eu tinha R$ 850 mil. Aí comprei esse carro de R$ 200 mil à vista. Aí ficou lá com R$ 600 e tantos mil”, diz ele.
Mas outro divulgador, que não sabia que estava sendo filmado, admitiu que o negócio é uma pirâmide.
Fantástico: Hoje você ganha a partir da formação da pirâmide?
Divulgador: Isso.
Fantástico: Quanto maior a pirâmide...
Divulgador: Maior seu lucro.

Um homem que não quer se identificar disse que teve prejuízo porque pagou o pacote que permite revender o produto, mas não conseguiu formar uma rede: “Você não recebe nenhum apoio, até mesmo um treinamento para cadastrar a pessoa. Você, depois, nem consegue, às vezes, cadastrar a pessoa”, ele diz.
Diego Campos, diretor de um site que divulga queixas de consumidores contra empresas, o Reclame Aqui, afirma: “A TelexFree bateu recorde de reclamações em um único mês, atingindo mais de 7,3 mil reclamações em 30 dias. Se você considerar que, até então, o recorde era de companhias do setor de telefonia celular, esse número chama muito a atenção”.
As principais queixas contra a TelexFree no Reclame Aqui se referem a atraso nos pagamentos acertados e dificuldade de comunicação com a empresa.
No Acre, a professora Railda Mariano fez um empréstimo de R$ 10 mil para entrar no negócio. Com a decisão da Justiça, que bloqueou os pagamentos da TelexFree, a situação dela ficou difícil.
“Me encontro extremamente aborrecida, porque, assim, proibirem as pessoas de entrarem, tudo bem. Mas aí proibir as pessoas que já investiram de receber o seu retorno, eu já acho assim um pouco demais”, reclama a professora.
Neste fim de semana, divulgadores da TelexFree estiveram na frente de emissoras da Rede Globo pelo país e protestaram contra esta reportagem do Fantástico e contra a decisão da Justiça.
“Nós viemos aqui devido a uma arbitrariedade da Justiça que bloqueou os pagamentos de todo mundo da TelexFree no Brasil inteiro, nós estamos impedidos de trabalhar e eu estou impedido de receber. Nossa empresa vem pagando todos os divulgadores, pagando seus impostos em dia e ela interditou isso. Nós acreditamos na empresa, a empresa é legal, pirâmide financeira são outras coisas ilegais. Se fosse uma pirâmide financeira, certamente teríamos aqui um milhão e meio de pessoas reclamando”, declarou Rodrigo Teixeira, divulgador da TelexFree.
“Nós queremos mostrar que essas pessoas estão todas satisfeitas com nosso negócio, que todos estão recebendo, a empresa não deixou de pagar ninguém”, avisou Leo Cardoso, divulgador da TelexFree.
“O que eu tenho para dizer a essas pessoas que compraram, que hoje são nossos divulgadores, que elas fiquem tranquilas, que a empresa está trabalhando e ela vai provar tudo que precisa ser provado”, declarou o diretor da empresa, Carlos Costa.
Agora, a TelexFree tem que apresentar esclarecimentos ao Ministério da Justiça. Se comprovado o esquema de pirâmide, a empresa pode ter que pagar uma multa de mais R$ 6 milhões.
“O consumidor deve estar atento a ganhos fáceis, ganhos altos, ganhos que dependam da entrada de novas pessoas, e também ficar sempre atento a riscos. Quando uma empresa não fala sobre os riscos, não deixa isso claro, é importante o consumidor ficar atento, procurar os contratos, saber do modelo de negócios e da sua sustentabilidade”, alerta Amaury Oliva.

O Brasil simplesmente foi demais, fez tudo certo e ganhamos todos os elogios da imprensa mundial. Só falta dá certo na nossa politica pública, pois chegou a hora de acabar com a corrupção, o povo não aguenta mais com tanta safadeza dos homens que se acham nossos representantes.

Iniesta e Piqué se empolgam por ter Neymar como parceiro no Barça

Jogadores do clube catalão elogiam atacante e torcem para que ele repita na Espanha atuações da Copa das Confederações


Laurence Griffiths/Getty Images
Iniesta tenta jogada em ataque da Espanha, mas para na defesa do Brasil
Futuros colegas de Neymar no Barcelona se empolgaram com a atuação do atacante brasileiro na final da Copa das Confederações neste domingo no Maracanã. Lamentaram o resultado, mas se mostraram ansiosos por tê-lo como companheiro a partir do próximo mês, quando iniciará a pré-temporada no clube espanhol.
O zagueiro Piqué, expulso no segundo tempo por falta em Neymar na entrada da área espanhola, mostrou-se aliviado por pelo menos estar no mesmo clube em breve. “Ele foi muito bem. É um jogadoraço. É insinuante, tem qualidade ímpar, vai nos ajudar muito e estou feliz por tê-lo conosco na próxima temporada”, disse o zagueiro.
Neymar também recebeu elogios de um jogador com quem deve tabelar bastante no Barcelona. Um dos cérebros do time espanhol, o meia Andrés Iniesta se impressionou com o gol marcado por Neymar (um chute forte de pé esquerdo por cima de Casillas), o segundo na vitória por 3 a 0.
“Ele foi muito bem, muito bem. Foi o melhor jogador do torneio com méritos, fez gols importantes, passes para gol e tem muita qualidade. É um prazer para nós termos um jogador deste nível conosco e espera que se saia muito bem nesta temporada”, disse.
Daniel Alves se animou em ter Neymar como parceiro tanto na seleção como no Barcelona. “É uma honra pra mim. E um alívio. Não vou enfrentá-lo nunca”, brincou.
Neymar tira alguns dias de folga a partir desta segunda-feira. Como toda a delegação da seleção, está liberado a partir desta noite. Ele se apresenta ao Barcelona no final de julho, quando poderá ter contato maior com os novos companheiros.
Thiago Silva levanta o troféu de campeão da Copa das Confederações. Foto: Victor R. Caivano/AP