As redes sociais e a política: uma era de
revolução.
Lembro-me que em 2010 dizia-se
que viveríamos a primeira eleição "da internet", com o predomínio e a
força das campanhas através das redes sociais, e que talvez fosse a última
eleição "da televisão". A primeira coisa se confirmou, mas ainda não
acho que a televisão vá ficar pra trás tão cedo. Ela ainda é um dos mais
dinâmicos meios de comunicação, e segue, principalmente para as camadas mais
baixas da sociedade, como a principal fonte de informação.
Mas é um fato que a internet e
as mídias sociais crescem cada dia mais, e aos poucos vão roubando o espaço da
televisão no papel de informar as pessoas. Só no Brasil são mais de 26 milhões
de acessos mensalmente.
Seja através de sites, blogs,
Facebook, Twitter, dentre outras diversas ferramentas, os candidatos de hoje em
dia sentem a necessidade de, para além da televisão e da própria rua, fazerem
campanha via internet. É uma pena que muitos deles só apareçam realmente na hora
de fazer a campanha e pedir o nosso voto, ao invés de continuarem conectados
com o mundo virtual e com a população em geral durante os seus mandatos.
Muito além de revolucionar as
campanhas eleitorais, as mídias sociais já estão começando a revolucionar a
forma de se fazer política. Talvez não tenhamos nos dado conta por estarmos
vivendo a história enquanto ela é escrita, mas os computadores, a internet e as
redes sociais tem a oportunidade de mudar a democracia moderna.
Num momento em que o mundo político
vive intensas turbulências, seja pela insustentação dos regimes autoritários
ainda presentes em pleno século XXI, sejam pelas crises da democracia
representativa, ora marcadas pela corrupção (como no Brasil), ora marcadas
pelas dificuldades econômicas (como na Europa e EUA), a possibilidade de se
construir uma democracia mais participativa torna-se extremamente atraente,
sobretudo com as facilidades proporcionadas pelas redes sociais.
Os exemplos são inúmeros e vem
desde o Oriente Médio, no episódio da Primavera Árabe que derrubou alguns
regimes autoritários e provocou mudanças governamentais em vários países,
passando pelos "Indignados" da Espanha, o "Ocuppy Wall
Street" iniciado em Nova York, e os gigantes protestos em prol da educação
pública no Chile. Todos foram movimentos iniciados ou difundidos através de
grande mobilização pelas redes sociais.
Contudo nesse contexto de
transformações, é necessário deixar claro que a participação da sociedade via
redes sociais não substitui a importância os protestos de rua, pois a
visibilidade que eles provocam é exatamente o que pressiona o governo por
mudanças. Mas nesse caso se configura em uma ferramenta participativa, que traz
na maioria das vezes a juventude para uma discussão que antes não era difundida
que é a discussão sobre quais os rumos que Brasil esta tomando, e quais ele
deve tomar.
(Texto
Original Alterado(
ROCHA. Rodrigo Taveira,
GAPEC, 08.05.2012.