Investigadores avaliam se empresas envolvidas em escândalo financiaram partidos em troca de contratos com a Petrobras
Investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF) e pelo
Ministério Público Federal (MPF) no âmbito da Operação Lava-Jato apuram a
possibilidade de as doações de campanha feitas por pelo menos sete empreiteiras
a partidos como PT, PMDB ou PP nos últimos oito anos terem sido uma forma
indireta de pagamento de propina para obtenção de contratos públicos junto à
Petrobras.
Paulo Roberto Costa
Em depoimento prestado
em outubro à Justiça Federal do Paraná, Paulo Roberto Costa afirmou que alguns
contratos celebrados pela Petrobras eram superfaturados e cerca de 3% do
faturamento era destinado à partidos políticos. A suspeita da PF e do MPF é
que, por meio de Costa, as doações de campanha feitas por empreiteiras,
legalizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), também serviam como um
pagamento indireto de propina por contratos conquistados junto à Petrolífera.
Entre os nomes apontados como intermediários na obtenção de recursos de campanha estão Eduardo Hermelino Leite, Dalton dos Santos Avancini e João Ricardo Auler, pela Camargo Corrêa; José Aldemário Pinheiro Filho (Leo Pinheiro) e Agenor Franklin Magalhães Medeiros, pela OAS; na UTC, o contato era com Ricardo Ribeiro Pessoa; na Queiroz Galvão, com Othon Zanoide de Moraes Filho e Ildefonso Colares Filho; na Galvão Engenharia, com Erton Medeiros Fonseca; na Engevix com Gerson de Mello Almada e na Mendes Júnior, com Sergio Cunha Mendes.
Doleiro Alberto Yousseff segue preso por outras acusações 21 10 2014. Foto: Jeso Carneiro/Agência Senado.
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As investigações da
Lava-Jato apontam a possibilidade de que o ex-diretor de refino da Petrobras
mantinha contato direto com representantes da Camargo Corrêa, OAS, UTC, Queiroz
Galvão, Galvão Engenharia, Engevix e Mendes Júnior para a obtenção de recursos
de campanhas eleitorais.
“Alguns desses nomes (de
representantes das empresas) também encontram-se anotados em agenda que foi
apreendida na residência de Paulo Roberto Costa, em parte atinente a contatos
junto às empreiteiras para obtenção de doações eleitorais”, afirma o juiz
Sérgio Moro, nos mandados de prisão preventiva, temporária e condução
coercitiva cumpridos na semana passada pela Polícia Federal.
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