DE QUEM É A
CULPA?
Falar sobre comprometimento é algo no mínimo
delicado e isso se torna ainda mais difícil quando se entra na seara política.
Uma vez que, quando chega ano de eleição é impressionante como essa palavra vira
doce na boca dos políticos brasileiros. Todos com discursos prontos, falando em
comprometimento com a saúde com a educação, segurança pública e transporte.
Porém, o que antes era doce se torna amargo, pois quando eleitos as promessas
feitas são engavetadas e o que antes movia as pessoas a acreditarem na mudança
agora só as fazem reclamar e lamentar as promessas nunca compridas.
Há muitos anos o cenário continua o mesmo, o que
nos permite lançar a pergunta: De quem é a culpa? Seria dos cidadãos, ou seria
dos políticos? Na verdade, não é de ninguém e é de todos, pois a política
brasileira se tornou um circulo virtuoso, onde para ter
poder ou vantagem todos se submetem ao mesmo jogo, mas que tipo de jogo? O jogo
da batata quente, onde um fica passando a culpa para o outro e enquanto isso
acontece o que realmente interessa não é discutido, não é resolvido.
Não sou apenas eu que penso dessa forma, mas
muitos que conseguem enxergar isso, em especial, o ministro e presidente do STF,
Joaquim Barbosa, confirma minha opinião quando diz que "O Congresso é dominado pelo Poder Executivo" e realmente
é. Todos nós sabemos que o resultado das votações nas casas e no congresso
nacional são sabidos antes mesmo de saírem os resultados, e isso se repete em
todos os outros níveis de governo e de forma ainda mais descarada nos municípios
que, em todos os casos, é o elo mais próximo do cidadão, entretanto é o mais
distante das políticas públicas.
Bem, então seria
possível dizer que os nossos políticos têm comprometimento ou não? Depende de
qual contexto se fala. Se falarmos em cumprimento de promessas eleitorais, de
objetivos ou de metas, a resposta é NÃO. Mas, se estivermos falando de
interesses particulares, poder, status social, a resposta é SIM. Isso é fácil de
responder, pois todo mundo quer o melhor para si, ninguém pensa em coletividade,
o objetivo das pessoas é sempre o mesmo, tirar vantagem em tudo, se dar bem de
qualquer forma mesmo que isso prejudique seu vizinho, o que importa é o meu
umbigo. É triste ter que dizer isso, mas esta é a sociedade brasileira, portanto
não há como falar em políticos honestos quando o povo deixa de ser coletivo para se tornar individual, cada um só pensando em si, não há como
falar em responsabilidade com a coisa pública se nós nem ao menos temos noção do
que isso significa.
Joaquim Barbosa diz que partidos políticos são de ‘mentirinha’
Presidente do STF critica Congresso e rusgas entre Judiciário e Legislativo aumentam.
Brasília - Era apenas uma inofensiva palestra, ontem, a alunos do
Instituto de Educação Superior de Brasília, mas as declarações, feitas pelo
presidente do Supremo Tribunal Federal, STF, ministro Joaquim Barbosa, logo
vazaram e ganharam repercussão nacional, aumentando as rusgas entre Judiciário e
Legislativo. Aos alunos, Barbosa afirmou que os os partidos políticos são de
“mentirinha” e que o Congresso Nacional é “ineficiente” e “inteiramente dominado
pelo Poder Executivo”. Mais tarde, em nota, o STF apressou-se em desculpar-se,
afirmando que não houve intenção do ministro em criticar o Congresso. Mas os
estragos já estavam feitos.
Em viagem ao exterior, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo
Alves (PMDB-RN), afirmou, através de nota da assessoria, que a crítica do
presidente do STF à atuação do Congresso foi “desrespeitosa” e “não contribui
para a harmonia” entre os Poderes.
Presidente em exercício da Câmara, o deputado André Vargas (PT-PR) chamou de
“absurdas” as críticas de Barbosa. “Esse comportamento para presidente de um
Poder é irresponsável. Ele não está preparado para o cargo”, disse.
Judiciário e Legislativo vêm protagonizando embates. O mais recente ocorreu
após a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovar proposta que submete
algumas decisões do STF ao Congresso.
Apoio ao voto distrital
Na palestra, Barbosa ainda defendeu adoção do voto distrital para os deputados federais. “O Poder Legislativo, especialmente a Câmara dos Deputados, é composto em grande parte por representantes pelos quais não nos sentimos representados por causa do sistema eleitoral que não contribui para que tenhamos uma representação clara, legítima. Passados dois anos da eleição ninguém sabe mais em quem votou”, disse.
Na palestra, Barbosa ainda defendeu adoção do voto distrital para os deputados federais. “O Poder Legislativo, especialmente a Câmara dos Deputados, é composto em grande parte por representantes pelos quais não nos sentimos representados por causa do sistema eleitoral que não contribui para que tenhamos uma representação clara, legítima. Passados dois anos da eleição ninguém sabe mais em quem votou”, disse.
“Nós não somos nomeados, nós passamos pelo voto. Ele está se comportando
politicamente. Será que não está preparando um caminho?”, respondeu o deputado
André Vargas.
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